Neste evento, que aconteceu em 27 de abril de 2022, convidei a cientista social e pesquisadora, Marina Nucci, que nos últimos anos vem desenvolvendo pesquisas nas áreas de gênero, sexualidade, medicalização e estudos sociais da ciência. 

Marina é cientista social (IFCS/ UFRJ), mestre e doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da UERJ (IMS/ UERJ) e pesquisadora vinculada ao Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM).

Em uma de suas últimas pesquisas, junto com a professora Jane Russo, a cientista debruçou-se sobre os caminhos que levam à atuação na assistência à amamentação, através de entrevistas direcionadas com dez consultoras de amamentação e observação presencial em um curso de formação para profissionais. Nesta caminhada, notaram que a escolha desta carreira é atravessada pelas próprias experiências de maternidade das envolvidas, sendo frequente a busca pela carreira após tornarem-se mães.

Ao acompanhar o trabalho de algumas destas profissionais, Marina notou uma grande valorização do discurso da ciência e da promoção de “informação baseada em evidências”. Porém, embora tenha percebido que muitas das consultoras se declaram “ativistas” do aleitamento, o ativismo se distinguiria da atuação profissional, que seria baseada no aconselhamento não diretivo e respeito às escolhas das mulheres, inclusive a de não amamentar.

E foi a partir desta pesquisa antropológica, que Marina nos apresentou algumas reflexões importantes sobre a nossa trajetória profissional e atuação na prática clínica, estabelecendo diálogos através da articulação entre ciência, natureza e moral, e as tensões entre “ativismo” e “aconselhamento” entre consultoras.

Acesse o LATTES de Marina Nucci: http://lattes.cnpq.br/6662525683459090